A Irmandade do Anel – um filme para vos dominar a todos
Durante décadas, os mais de 100 milhões de leitores da obra de J.R.R. Tolkien esperaram para ver levadas ao grande ecrã as aventuras de Frodo Baggins e dos seus companheiros. Em 1978, um senhor chamado Ralph Bakshi fez um filme de animação especial (baseada em imagens de pessoas reais) sobre O Senhor dos Anéis, mas sem grande sucesso. Foi preciso esperar até a tecnologia cinematográfica evoluir o suficiente para projectar "realisticamente" o fabuloso mundo de fantasia da trilogia.
Com os efeitos especiais mais apurados e a promessa de fidelidade absoluta ao espírito dos livros, O Senhor dos Anéis chegou finalmente à sétima arte pela porta grande, numa produção que custou 270 milhões de dólares, realizado pelo neo-zelandês Peter Jackson, um fã de há muitos anos da obra.
O Senhor dos Anéis foi publicado originalmente em 1954 em Inglaterra e consiste em três volumes: A Irmandade do Anel, As Duas Torres e O Regresso do Rei (o filme que estreou no Natal de 2001 corresponde ao primeiro destes livros, estando previstos mais dois, a estrear em Dezembro de 2002 e 2003, relativos aos outros livros). Esta obra teve um profundo efeito em várias gerações de leitores, definindo para muitas pessoas a luta eterna entre o Bem e o Mal e tendo sido votada em várias sondagens como o "Livro do Século". Na realidade, Tolkien havia escrito anos antes, como prenda para os filhos, uma obra mais pequena chamada O Hobbit, onde as principais personagens do Senhor dos Anéis aparecem pela primeira vez. O livro transformou-se num sucesso tal que o seu editor o convenceu a escrever uma "sequela", para desenvolver o mundo maravilhoso que Tolkien tinha imaginado. E assim nasceu O Senhor dos Anéis.
Ao criar um mundo de lendas e magia inteiramente novo e totalmente credível - a Terra Média -, pode afirmar-se que O Senhor dos Anéis praticamente inventou o género literário de Fantasia. O seu herói principal, Frodo Baggins, um hobbit, tornou-se num símbolo da lealdade na amizade e da coragem individual, poderes que podem derrotar as mais devastadoras forças das trevas. Tolkien não se limitou a contar uma história de contornos verdadeiramente épicos, ele criou toda uma mitologia - incluindo uma linguagem própria, objecto de estudo de muitos professores de inglês e toda uma série de culturas diferenciadas e descritas ao pormenor - que nos ajuda a compreender a história por trás dos personagens e a viajar com eles para terras longínquas, enfrentando os perigos mais assustadores e provando a sua coragem e determinação. Claro que transformar tudo isto em filme não foi fácil - tendo em conta que a totalidade dos três livros soma mais de 1000 páginas! -, e os meios postos à disposição de Peter Jackson incluiram um exército de artistas digitais, especialistas de maquilhagem e construtores de modelos em miniatura, para além de actores de primeira linha - Cate Blanchett, Ian Holm, Christopher Lee, Ian McKellen (o Magneto do filme dos X-Men!), Viggo Mortensen, John Rhys-Davies, Liv Tyler, Hugo Weaving (o agente Smith de Matrix) e Elijah Wood - e de mais de 20 000 figurantes.
Sáb Jun 09, 2007 8:17 pm
